terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Novo método ajuda a diagnosticar depressão pós-parto

Um novo método, desenvolvido por pesquisadores espanhóis, promete identificar precocemente até 80% dos casos de depressão pós-parto, aumentando as chances de sucesso do tratamento e diminuindo o impacto do distúrbio na mulher e em toda a família.

O diagnóstico precoce deste tipo de depressão é essencial não só para evitar um quadro mais sério do distúrbio, mas também para evitar que mulheres no grupo de risco desenvolvam a depressão pós-parto - explica o médico Salvador Tortajada, coordenador do estudo que está disponível na revista "Methods of Information in Medicine".

Os pesquisadores avaliaram o histórico de 1,397 mulheres que tiveram filhos entre dezembro de 2003 e outubro de 2004 em sete hospitais da Espanha. Com base nos dados, criaram um modelo de avaliação que ajuda a prever, com 80% de acerto, que mães estão mais vulneráveis à depressão nas quatro primeiras semanas após o parto.

Segundo Tortajada, o teste mede a intensidade de fatores de risco como a falta de um grupo de apoio, o histórico de problemas psiquiátricos na família, a quantidade e a intensidade das oscilações emocionais durante a gravidez, uma tendência a comportamentos neuróticos e variações na taxa de serotonina. Outros fatores já conhecidos que podem aumentar as chances da depressão são os problemas financeiros, desemprego na família, parto prematuro, parto difícil, ter perdido a própria mãe e já ter tido um ou mais episódios depressivos na vida.

Já fatores de proteção incluem a idade com que a mulher teve o primeiro filho e se a mulher continuou trabalhando até o fim da gravidez, pois quanto mais velha a mulher, menor o risco de depressão e o trabalho parece ter efeito protetor contra a depressão. A avaliação deve ser feita pelo obstetra, durante a gravidez, para identificar a chance do distúrbio e indicar o tratamento adequado.

Atualmente, vários testes ajudam a identificar quais mulheres correm mais risco de ter a depressão pós-parto. Os testes são importantes, já que até 80% das novas mães sofrem algum tipo de tristeza após o nascimento do bebê, também conhecida como tristeza materna ou baby blues, cujos sintomas mais comuns são tristeza constante, dificuldade para dormir, ansiedade e irritabilidade, sensação de exaustão, sensação de culpa, falta de vontade de sair de casa e socializar-se, ansiedade excessiva por causa do bebê e sensação de não reconhecer o próprio filho.

Fonte: O Globo

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