sábado, 27 de fevereiro de 2010

Estrada de Ferro passará pelo Parecis


A logística sempre foi e ainda é um dos temas obrigatórios quando o assunto é desenvolvimento econômico e agricultura. O governador Blairo Maggi (PR), tem sido importante figura na busca de formas mais eficientes e baratas para escoar a produção agrícola de Mato Grosso.

Várias rodovias estratégicas foram asfaltadas, como a MT-235, que compõe uma nova “Marcha para o Oeste”. Entretanto, os horizontes são ainda mais atraentes e as intenções maiores. O objetivo agora é marchar pelos trilhos de ferro. Ousadia ou não, as discussões acontecem e caminham a passos cada vez mais largos.

Um velho sonho, ainda do início do século XX, unir o país de norte a sul e de leste a oeste. As linhas telegráficas de Rondon e a construção da ferrovia Madeira-Mamoré são alguns exemplos deste escopo secular. Há anos a ideia de uma ferrovia Leste-Oeste tem sido moldada e uma carta foi tirada da manga, a nomeação de Luiz Antônio Pagot para o Dnit.

Pagot no Dnit, órgão responsável pela infraestrutura do transporte brasileiro, é um ponto para a estrada de ferro Leste-Oeste (ou da Integração do Centro-Oeste). E o intento é realmente ousado, construir uma ferrovia começando em Goiás (Uruaçu), atravessando Mato Grosso, passando pelo Araguaia, o Médio-Norte, o Chapadão do Parecis e chegando à Vilhena-Rondônia.

Campo Novo do Parecis e Lucas do Rio Verde seriam [ou serão] os maiores favorecidos em território matogrossense, pois ambos passam por uma fase importante de ‘agroindustrialização’, sem contar que ambos estão há mais de uma década entre os mais promissores do Estado e País, registrando crescimento econômico à margem dos 10% ao ano.

Lucas está situado em local estratégico, à beira da BR-163, praticamente no centro de Mato Grosso e Campo Novo do Parecis, à oeste, já polariza toda uma região, conhecida como ‘a maior área agricultável do planeta’, o Chapadão do Parecis, aproveitando o “estacionamento” de Tangará da Serra.

Pois bem, a linha férrea será lançada no dia 15 de março em Lucas, contará com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e com cifras de nove zeros, isto é, bilhões de reais.

No entanto, um alerta. O traçado beneficiará Campo Novo do Parecis, repito, um dos mais promissores municípios do estado, mas o projeto prevê um terminal de cargas em Lucas e outro em Sapezal. As representatividades políticas daqui: prefeito, vereadores e deputados mais próximos, deviam buscar diálogo junto ao Dnit para que um desses terminais seja construído em solo parecience.

A discussão está lançada e os políticos locais devem entrar na conversa como ‘gente grande’ que são e, “puxar a brasa pra baixo do nosso espeto”. A importância de um terminal aqui é imprescindível. É hora de “pegar o bonde” e virar protagonista da história, invés de ficar assistindo o filme dos outros ou ser mero coadjuvante de um roteiro que não é nosso.

Por Alexandre Rolim
O autor é repórter e articulista do Parecis.NET

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